A USP ampliou em 385 as vagas para o seu próximo vestibular e decidiu criar um curso de design na FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo).
A expansão irá priorizar o interior do Estado, que terá 295 novas vagas. Na capital, serão 90 –sendo 40 de design e as restantes de ciências atuárias, carreira que foi desativada, mas voltará a ser implementada no próximo ano.
A ampliação foi aprovada pelo Conselho Universitário essa semana. Segundo a pró-reitora de graduação, Sonia Penin, haverá verba para a expansão –sendo R$ 5 milhões destinados já neste ano.
Em 2004, foram aprovados 18 novos cursos para o início deste ano, mas oito não foram implementados por falta de recursos.
“A ampliação é uma forma de a USP responder à demanda”, disse Penin. No último vestibular, cerca de 150 mil candidatos disputaram as 9.567 vagas oferecidas.
“Essa expansão é simbólica e não atende à demanda”, rebateu o coordenador do MSU (Movimento dos Sem Universidade), Sérgio Custódio.
“A USP faz uma oferta envergonhada. Reconhece que precisa aumentar as vagas, mas está longe do ideal.”
A novidade no campus central, no Butantã (zona oeste), é o curso de design. Serão 40 vagas no período noturno. A carreira pertencerá à FAU, mas os alunos terão aulas com docentes da Poli (Escola Politécnica), da ECA (Escola de Comunicação e Artes) e da FEA (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade).
“A FEA vai entrar com a parte de economia, administração e custos. A Poli, com produção de materiais, entre outros. A ECA participa com a linguagem artística. Já a FAU se destina a ensinar a história da arquitetura, projetos e tecnologia”, disse o coordenador da comissão de graduação da FAU, Paulo César Xavier.
Segundo Xavier, o curso não enfocará uma área específica do design. Por conta disso serão ministradas aulas sobre design gráfico, industrial e visual. O estudante também desenvolverá trabalhos com a utilização de recursos bidimensionais e tridimensionais e criará marcas de produtos.
Para conseguir uma das 40 vagas que serão oferecidas, os vestibulandos terão de fazer, além do processo seletivo, uma prova de habilidades específicas. O exame será o mesmo aplicado aos candidatos de arquitetura.
Segundo a pró-reitora de graduação, a tendência é que os novos cursos da USP sigam o modelo do design, ou seja, façam com que os estudantes tenham contato com professores de diferentes áreas. “É preciso o rasgamento de fronteiras no ensino”, disse.
A outra nova carreira na capital, ciências atuárias, contará com 50 vagas no período noturno e será oferecida pela FEA. O curso já foi oferecido pela USP, mas havia sido desativado. A carreira enfoca atividades de gerenciamento, avaliação e cálculo de riscos em empresas de seguros, de instituições financeiras, entre outras.
Fonte: Folha de S.Paulo