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Progressão

Gazeta Mercantil deixa de circular

Jornal econômico fundado em 1920

O futuro do jornal Gazeta Mercantil,  fundado em 1920, segue indefinido. Na sexta-feira passada (29), circulou a última edição sob a responsabilidade da Companhia Brasileira de Multimídia (CBM). Até ontem, ainda era esperado um acordo para a continuidade da publicação entre o empresário Nelson Tanure, da CBM, e o dono do título, Luiz Fernando Levy. Esse acordo, no entanto, não ocorreu, e o jornal não circula nesta segunda-feira. Levy informou, na sexta-feira, que iria se pronunciar hoje sobre o destino do periódico.

A CBM concedeu um mês férias para todos os cerca de 90 trabalhadores a partir de hoje. O grupo afirmou que vai tentar recolocar os profissionais em outras publicações da própria CBM (que é dona da Editora JB e da Editora Peixes) durante esse período. Caso não haja recontratação, deve conceder mais trinta dias de férias. Se até lá não houver recolocação, os trabalhadores serão demitidos.

Durante o fim de semana, os acessos ao site do jornal foram redirecionados para um comunicado em que a CBM reafirma o fim da responsabilidade sobre as marcas Gazeta Mercantil e InvestNews. O informe está hospedado no endereço eletrônico do novo empreendimento da CBM, o portal Investimento e Notícias, que entrou em funcionamento na semana passada. A expectativa por parte dos funcionários é que esse novo site empregue parte da mão de obra do jornal.

A associação entre Levy e Tanure, dono do grupo Docas Investimentos, ao qual pertence a CBM, ocorreu em 2003, por meio de um contrato de arrendamento do título Gazeta Mercantil. É esse contrato que Tanure pretende rescindir. O principal motivo para o fim do acordo é a herança de uma dívida trabalhista estimada em R$ 200 milhões. A Justiça considerou o arrendamento da marca como um forma de sucessão, o que atrelou o passivo trabalhista à CBM. Isso possibilitou a cobrança de credores da Gazeta, que têm conseguido bloquear pagamentos direcionados ao jornal.

Antes da internet, o melhor

Pelo menos desde a década de 80, o jornal enfrenta graves crises financeiras. Centenas de jornalistas que por lá trabalharam durante este período, vivenciaram atrasos nos pagamentos, baixos salários e toda ordem de problemas trabalhistas. Mesmo assim, heroicamente sustentaram o veículo, que foi um dos melhores e referência na área econômica e financeira, principalmente no período pré-internet, quando era produzido em máquinas de escrever manuais e as informações chegavam por enormes e barulhentas máquinas de telex.

Com informações da Agência Estado e O Jornalista.