A Secretaria da Educação de São Paulo acaba de lançar o curso de Magistério Intercultural Superior Indígena.
Inédito na região Sudeste e terceiro no país, o curso, coordenado pela Faculdade de Educação da USP (Universidade de São Paulo), é destinado a educadores das cinco etnias que compõem a população indígena de São Paulo: guarani, tupi-guarani, kaingang, terena e krenak.
O objetivo é formar professores indígenas com licenciatura plena em pedagogia, preparados para dar aulas na Educação Infantil e no Ensino Fundamental das 26 escolas distribuídas pelas 28 aldeias do Estado. Atualmente, essas instituições atendem a 1.026 alunos (a população que vive nas aldeias é de cerca de 4 mil pessoas). Os 81 professores indígenas que trabalham nessas escolas são formados em nível médio.
O curso terá 3.470 horas, divididas em aulas presenciais e atividades nas aldeias. Em cada um dos oito módulos os alunos passarão uma semana por mês na Faculdade de Educação da USP/ Campus São Paulo, e em alguns módulos os coordenadores da USP irão às aldeias para dar andamento às atividades. Além de todas as despesas pagas, os alunos receberão ajuda de custo.
As atividades, que terão duração de 36 meses em oito módulos, começaram no dia 24 de junho e envolvem 28 comunidades indígenas que vivem em 14 municípios do Estado: Avaí, Baraúna, Arco-Íris, Bertioga, Peruíbe, Itanhaém, Mongaguá, Ubatuba, Itariri, Iguape, Cananéia, Pariquera-Açú, Sete Barras e São Paulo.
O curso vai apresentar algumas especificidades, como a Sala dos Velhos – na qual um idoso de cada uma das etnias será convidado para falar sobre as tradições em uma das aulas -, legislação da educação indígena e língua indígena. Uma agenda de visitas a museus, sessões de filmes e atividades extras – como jogos de futebol no Cepeusp – também fará parte da programação.
Fonte: UOL